O governo do Partido dos Trabalhadores e sua política de conciliação de classes
Resumo:
O presente trabalho tem como objetivo discutir sobre a presença de uma política de conciliação de classes durante o governo do Partido dos Trabalhadores – PT no Brasil, a qual, a nosso ver, apresenta a sua fragilidade ao apoiar-se na centralidade da política, e assim na luta por postos do Estado como o seu horizonte. Tal processo conciliatório teve como algumas de suas medidas o controle da classe trabalhadora assim como a cooptação de algumas entidades historicamente representativas dos trabalhadores, Central Única dos Trabalhadores – CUT e Movimentos Sem Terra – MST, por exemplo. Por isso, nossa investigação envereda pela análise de documentos e outros elementos que apontam o caráter ideológico-estratégico desse partido, desde suas origens até a presidência e sua relação com essas representações dos trabalhadores. Neste sentido, observamos ao longo de nosso estudo que a atuação desse partido, através do Estado, não foi de encontro ao sociometabolismo do capital, mas justamente o contrário, auxiliou na operacionalização das medidas necessárias à retomada do processo de acumulação do capital ao buscar aliar capitalistas e operários, os representantes do capital e do trabalho, respectivamente, num processo para “salvar” o Estado de mais uma das crises cíclicas e estruturais do capital.
Abstract:
The present work aims to discuss the presence of a policy of class conciliation during the government of the Workers Party – PT in Brazil, which, in our view, shows its fragility by relying on the centrality of politics, and so in the struggle for positions of the State as its horizon. Such a conciliatory process had as some of its measures the control of the working class as well as the co-optation of some historically representative entities of the workers, like Central Única dos Trabalhadores – CUT and Movimentos Sem Terra – MST, for example. That is why our investigation is rooted in the analysis of documents and other elements that point to the ideological-strategic character of this party, from its origins to the presidency and its relation with these representations of the workers. In this sense, we observe throughout our study that the performance of this party, through the State, did not go against the sociometabolism of capital, but precisely the opposite, helped in the operationalization of the necessary measures to reassume the process of accumulation of capital when seeking to ally capitalists and workers, the representatives of capital and labor, respectively, in a process to “save” the State from another of the cyclical and structural crises of capital.
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