Manuscritos econômico-filosóficos ou as fontes constitutivas do marxismo
Resumo
O presente texto tem como elemento primeiro indicar a relevância dos Manuscritos econômico-filosóficos de 1844 na enunciação genética de algumas das categorias decisivas concernentes à totalidade do pensamento de Karl Marx. Longe de comparecer como mero prognóstico programático dos elementos categoriais que serão desenvolvidos nas obras posteriores, é fundamental destacar que os Manuscritos de 1844 constituem-se tanto como o prólogo quanto como o próprio desenvolvimento de algumas das categorias decisivas do pensamento marxiano. O segundo aspecto estruturador de nosso texto subsiste na manifestação do caráter fundamental da superação marxiana da economia política, do idealismo alemão e do socialismo utópico. A reviravolta sucedida no âmbito da economia política será possibilitada pela recorrência dos preceitos inexoráveis da dialética materialista, enquanto subversão do caráter mitificado da dialética hegeliana. Além das críticas à economia política e ao pensamento hegeliano, encontramos nos Manuscritos econômico-filosóficos uma crítica expressiva ao socialismo utópico, enquanto mera tentativa de ampliação da propriedade privada suprimida na forma da propriedade privada universal e a anunciação do comunismo como a verdadeira realização histórica da essência humana.
Biografia do Autor
Artur Bispo Santos Neto, UFAL
Doutor em Letras, Professor Adjunto do Curso de Filosofia da Universidade Federal de Alagoas, autor dos livros Filosofia do romantismo e A interpretacao alegorica do mundo em Walter Benjamin.
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