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A QUARTA INTERNACIONAL E A CENTRALIDADE DA POLÍTICA

Professor da UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (UFAL)

A QUARTA INTERNACIONAL E A CENTRALIDADE DA POLÍTICA

No centenário da Revolução Russa configura-se como pertinente entender o legado histórico e político da Quarta Internacional, enquanto uma expressão política que resultou do mais pujante movimento revolucionário que marcou o século XX. Além de sua articulação com a Revolução Russa, é fundamental operar um processo de reconstituição histórica da Quarta Internacional (1938), nesses seus 79 anos de existência, pela sua contribuição na gênese e desenvolvimento da esquerda brasileira. Os trotskistas tiveram presença destacada no processo de formação do Partido Comunista Brasileiro (1922), do Partido dos Trabalhadores na década de 1980, do Partido Socialista Unificado dos Trabalhadores (PSTU), na década de 1990, do Partido do Socialismo e Liberdade (PSOL), no começo do século XXI, do Partido da Causa Operária (PCO) e consortes (Esquerda Diário, MAIS etc.).

No decorrer deste livro, o leitor terá oportunidade de entender o movimento histórico que pautou o processo de gestação (Oposição de Esquerda, Oposição Unificada, Oposição de Esquerda Internacional) e desenvolvimento da Quarta Internacional, enquanto espécie de alternativa ao processo de degeneração e colapso da III Internacional. Plasmada como uma totalidade de múltiplas determinações, a Quarta Internacional experimenta um percurso nada regular, configurando-se numa pluralidade de tendências e organizações. Nesse contexto, o autor deste livro tenta apresentar a fisionomia das organizações trotskistas no Brasil na perspectiva de elucidar parte do quebra-cabeça das frações políticas que colaboraram na constituição das principais organizações de esquerda forjadas no Brasil.

Para além de um problema de direção política, é preciso entender que uma ofensiva socialista deve transcender as perspectivas unilaterais e autoritárias que perpassam a estrutura de comando do capital sobre o trabalho. Neste processo se coloca a necessidade da Nova Internacional, haja vista que se esgotaram todas as táticas e estratégias reformistas adotadas no passado na perspectiva de ludibriar a consciência da classe trabalhadora. Para enfrentar a crise estrutural do sistema do capital, que afeta todas as estruturas do sistema e reverbera no universo da política, é preciso constituir uma Nova Internacional Socialista assentada no pluralismo socialista.

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